quarta-feira, 21 de maio de 2014

Sabe...

Sabe, ontem eu peguei suas coisas pus em uma sacola e guardei numa gaveta, tal gaveta que não irei abrir tão cedo. Aquela blusa que eu sempre vestia quando dormia na sua casa foi guardada também, pois não quero usá-la sabendo que não estará comigo. A pulseira, que em minha mente insana e doentia fiz de aliança também foi guardada, pois ela era o elo mais forte e eu precisava me libertar de tal corrente. Eu precisava por você numa gaveta e esquecer, colocar você numa gaveta e esquecer até você ficar sem oxigênio. As fotos eu não guardei, eu achei mais apropriado me desfazer e a lixeira foi o destino delas, pois não quero mais nenhum pedaço seu em mim, nas minhas coisas, nas minhas músicas.Chega.

Sabe, eu perdi muitas músicas depois que nós terminamos, na verdade para ser bem sincera, bem antes de terminarmos eu já havia perdido, músicas realmente boas, a voz que eu adorava não posso mais ouvir. Você me roubou lugares, sorrisos e me deixou sem nada, agora estou tendo que me reencontrar sem nenhum traço seu, porque depois de 577 dias viver sem um traço seu é quase impossível. Mas estou lutando, estou vivendo porque não ficarei de braços cruzados, não ficarei deitada numa cama chorando. Chega.

Sabe, as vezes eu tenho tanta raiva que quero te fazer mal, fazer você se sentir pior do que está se sentindo. Eu não deveria ter mandado sinal de vida ontem, você não deveria ter me mostrado sua irmã mesmo sabendo que eu iria adorar vê-la, eu não deveria saber da sua vida para não sentir esse peso todo de novo e a vontade imensa e doentia de querer participar da sua vida de novo.

Sabe, as músicas se esgotaram, só restou o silêncio e um abismo. Talvez eu me jogue da pedra mais alta ou jogue você, ouvir a cabeça e todo o corpo bater no fundo e depois não ouvir mais nada. Viver sem qualquer fingimento, sem você precisar fingir para mim que estava tudo bem e sumir sem explicação para retornar como se nada tivesse acontecido. Acho que vou jogar você no abismo e ouvir seu corpo estalar lá no fundo.

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