terça-feira, 25 de dezembro de 2012

No light


- Porque esta máscara?

-Que máscara? Não há nenhuma.

-Ora, claro que há.

-O que está tentando me dizer? Que sou falsa?

-Não.

-Então conte, porque diz isso?

-Me conte você, o porque desta máscara tampando seu rosto. Está tão cega que nem mesmo você vê. O que há? Porque usa isso?
Não há nada. Me deixe, eu enxergo do meu modo e não há nenhuma máscara.

-Enxerga do seu ponto de visto, do que lhe parece mais agradável enxergar quando se tem o mundo e pessoas agradáveis e doces sempre dispostas a te ajudar.

-Não, chega. Não comece com esse discurso.

-Pois me diga então, o que houve? Porque és assim?

-Queres mesmo saber?

-Sim.

-Sente-se. - Dei um longo gole na minha taça de vinho e começei: eu odeio confiar nas pessoas e depois descobrir que estas não valem nada, odeio quando contam algo que fiz ao invéz de vir conversar comigo, eu odeio ser a frágil, aprendi a ser mais forte e muitos não aguentam, odeio magoar e ferir quem eu gosto, mas odeio ter que pensar nos outros sempre, odeio quando me julgam, dizem o que eu tenho que fazer e falar, odeio não ter quem eu quero por perto em carne, odeio ter que ser forte o tempo todo, odeio quando me abandonam, odeio quando me sufocam e acham que estão certos.

-Quanto ódio.

-É.

-Mas tire essa máscara, fica melhor sem ela. Você é linda. E eu não vou te abandonar.

-Já ouvi isso antes.

-Mas não de mim.

-É.

-Então...

-Não.

-Mas porque?

-Porque há um buraco em mim, não tem como preencher. Espaços vazios, espaços grandes demais. E tudo o que eu pensava e falava era dominado pelo silêncio, ninguém me ouve. E quando tudo parece clarear, a noite me assombra com as lembranças e acabo sendo dominada pela minha mente e coração. 

-Nossa.

-Não há luz, não há olhos brilhando prontos para me salvar. E isso é violento demais, não tenho como fazer desaparecer e eu faria qualquer coisa para que ela ficasse.

-E porque não diz isso a ela?

-Porque está tudo tumultuado, eu grito e ela não me ouve. Há milhões de pessoas e eu desapareço no meio delas. Eu quero fazer direito. Mas odeio o modo como me julgam e ela é a minha única salvação. E tudo o que fiz...

-O que você fez? Está me assustando. Nunca te vi assim.

-Não há brilho nos olhos azuis dela, e tudo o que eu fiz por ela, o que me tornei por ela. E fui abandonada. É fácil gritar em meio a multidão, ela não me ouve. Mas quando estamos a sós, se torna tão dificil. Ela foi uma revelação para mim, mas um erro.

-Por isso o ódio?

-Sim.

-Mas é passado.

-Mas continua doendo.

-Você vai superar.

-Essa é uma conversa que não posso ter esta noite.

-Eu vou continuar aqui.

-Tanto faz.




                               

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

What the water gave me


O céu cinzento ameaçava chorar, os ventos gelados não me incomodavam mais, dobrei minhas calças e lancei-me na areia, sem medo. Caminhei lentamente para aquela me tentava delicadamente. Senti ímpetos de me juntar a ela , de me jogar, sentir toda a água pelo meu corpo, pois o tempo passou rápido demais e eu fiquei só, resgatando somente o que Ela me deu. Os passos incertos deixados para trás sendo apagados para que fossem também apagados de minha memória. E o único som que pude ouvir era o transbordar da água e minhas mãos cheias de conchas.
E como o tempo passava rápido, rápido demais enferrujando minhas lembranças, deixando adormecido meus pés, preenchendo-me de som e ansiando por uma salvação ele veio. As águas me trouxeram ele com voz serena e gentil para que retirasse o peso que instalou-se em mim. E a sua voz transbordava compaixão e os seus bolsos cheios de pedras o deixavam firme no chão enquanto eu me lançava na água sem querer voltar. Teria outra forma? Ele me segurou pela mão e pediu para retornar, mas estava na hora da troca, não tinha como fugir. Porque fingia, oh amante cruel essa, era inesquecível e a água me levava, eu não pretendia voltar porque o único som que realmente me preenche e transborda é Dela, que me deita em seus braços e me acalanta quando tudo é desespero. E as pedras que carreguei arremessei ao vento, as conchas me pertenciam. 
O tempo que se passou entre nós dois foi rápido e ele não me abandonou, pegando aquilo o que a água lhe ofertou. Ele foi meu atlas e meu guia, deitando-me na areia macia, conchas em suas mãos. Não existia outra forma. Fui tragada e cuspida. Deite-se meu bem, o tempo passa rápido e deixe transbordar o som, esvazie os bolsos e deixe que a água te leve, te consuma, te transborde, porque os céus estão prestes a chorar e os ventos anunciam a sua dor. Quando sou tragada, tudo se tranquiliza, pois lá no fundo é belo e eu posso respirar.






Eu sei o que a água me trouxe, eu sei e sinto tudo o que ela me oferta. E por vezes sinto falta, pois Ela sou eu e eu sou Dela. Faço por mim. Deixo-me ser tragada pela mais gelada água, sem medo... feliz. E os dias cinzentos me envolvem ouvindo sua voz dourada me trazendo de volta para a areia, não existindo mais pesar. Meu Atlas que me trouxe para casa dizendo que já era hora, preocupou-se e não me abandonou. Nem por um minuto. Mesmo quando não pude respirar. A água me trouxe de volta para ele, mas ainda assim sei, que os braços da água me carregam e que o paraíso não foi feito para uma pecadora como eu. E mesmo com tudo acabado eu achei um lugar de paz, um lugar onde posso apoiar minha cabeça e descansar, mesmo eu andando por dias, sem rumo. 
Dizendo meu nome ele consegue me trazer de volta das profundezas e o mundo ilumina-se de dourado. Oceano nos envolve, nos arremate a idéias longas, delicadas.








Promessa de concha não se pode quebrar.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Just a dream


O garoto e sua câmera buscando por algo que ela não entendia. Ele concentrado nem percebe a presença dela que precisa passar por ele para chegar no seu lugar naquele corredor imenso. De um lado, ela via quem entrava e quem saia, parecia um festa, mas ela não estava no clima e sentou-se junto a mãe.  Ao passar  por ele percebeu que ele buscava o foco de um objeto bem longe dos dois.
- Porque você não pode ser normal igual aos outros caras? - Ela disse, sorrindo para ele, corando em seguida. E o sorriso dele a desconsertou. Sentou-se em seu lugar e sentia que perdia o folego. O observava de longe, o cabelo negro feito noite um pouco bagunçado, os olhos pretos levemente puxados quase que para fechar, mas ela ainda enxergava os olhos enormes, a pele um pouco morena... Era magro, mas não tanto, tinha um corpo muito bonito, ele era alto, não muito mas o suficiente para ela erguer um pouco a cabeça para olha-lo e vestia uma blusa azul escura e jeans. Notou tudo nele, a forma como ele mexia a cabeça tirando o cabelo do rosto, como ele praticamente fritava os neurônios tentando achar um solução para algum problema que ela não conseguiu identificar. De repente ela o vê indo em sua direção  ela perde novamente o fôlego e pega suas anotações aleatórias e finge estar escrevendo, ele passa por ela, para e depois de  um curto tempo ele se vira.- O que você esta fazendo? - ele indaga olhando para os papeis.- Nada só escrevendo, coisa idiota! - Ela responde sentindo seu rosto esquentar. Sabia que estava corando e desviou daqueles olhos. Ele deu um passo em sua direção e roubou os papeis. Sorrindo para ela, correu. - Hey, volte aqui. São minhas anotações! - Eu preciso ver. - Me devolva. - Ela disse e o viu largar o bolo de seus papeis no chão e descer as escadas,  ela o chamou inutilmente. Ela se agachou para recolher os papeis quando viu um clarão perturbar os céus escuros pela chuva. Um homem entra correndo, pálido, parecendo ter visto um fantasma.- Fomos atacados, eles estão atacando de novo! - O homem diz.Mas quem estaria atacando de novo, sentiu a garganta fechar novamente e a lhe faltar o ar. Se encostou na parede e assistiu a sua mãe se aproximar em silencio, as pessoas na parte inferior paralisadas pelo medo e os clarões do lado de fora. Ninguém se mexia, saia ou entrava naquele lugar. E com a falta de oxigênio ela passou a perder pouco a pouco a sua visão e consciência.




E então eu acordei!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Vamos nos permitir

E olhando aquele pequeno pedaço de papel lembrou-se de cada detalhe e sentiu um orgulho que só ela conseguiria sentir e não saberia explicar. Talvez pudesse tentar dizendo que foi um grande passo dado, sentiu-se evoluir, fortalecida. Mas nem as palavras poderiam explicar, estava muito além. Sentir lhe bastava, era o que importava e mesmo com tudo dando errado, não desistiu, lhe deram aquele posto por algum motivo e não poderia simplesmente dizer "não, não farei mais" por não estar segura. E assim iniciou-se a música.
Utilizou a força que existia dentro dela e manteve a calma, deixou seu corpo absorver a música que ali tocava. E os movimentos fluiram, os braços erguidos, giros e a saia subindo deixando-a feliz e girando mais. Sorria sempre que podia, mas não entregou-se completamente, o nervosismo ainda a controlava. E com o passar do tempo, deixou o nervosismo de lado e se divertiu. Isso dava muito mais sentido ao que estava fazendo. E desta vez não teve medo.
A música lhe tomou conta novamente, deixou os movimentos surgirem, naturais. E o sorriso foi mais espontâneo, mais feliz. Verdadeiro. E mesmo que parecesse difícil, não se importou. Continuou  "Mostrem que não precisam de roupa pra dançar", foram as palavras ditas. Isso a preencheu e dançou sem pudor, sem medo de falhar. 




quarta-feira, 28 de novembro de 2012

These Days


E por quantas vezes disse a mim mesma que estava tudo bem, que não existia problema algum. Mas a noite as lagrimas e o peso no peito me consumiam fortemente, o ar me faltava e a vontade de gritar era imensa. Porem abafado pelo travesseiro, disto eu não tinha o controle. Mas a quem estou enganando? Eu não tenho o controle de porra nenhuma e ainda me faço de durona, quando tudo o que quero é paz, é não ter que dar noticias, é poder ficar no meu mundo, é não ter de lembrar toda noite das pessoas que magoei.
E por quantas vezes o passado me vem com o mesmo ar leve e juvenil. Sempre na hora hora errada, ora porque volta? Porque insisti? E ainda me diz que não tem segundas intenções, como se o tempo que passamos juntos não fosse nada. Continua com 16 anos de idade e ainda quer que eu acredite em algo que me diz. Coisas que aos 15 anos eu acreditava cegamente. Tola. Ele estava só se divertindo, passatempo e eu gastando o meu. Nunca foram detalhes, foi e sempre sera o tratamento indevido. Custei a endurecer, custei a ser fria, focada. Porque, na minha vida, eu não quero mais.
E por quantas vezes confiei, julguei estar certa simplesmente pelo instinto, mas num vacilo, tudo parece se encaixar. Tudo faz sentido e então recuo porque sei que se prosseguir eu vou me magoar. Já me disseram que as vezes eu tenho que ser egoísta e pensar em mim. E assim faço.
Outrora o que me era encanto se tornou um babaca.
E então a noite tudo nisso me passa na mente como um filme e me questiono diversas vezes. Dói. Dói porque um dia amei, me importei, torcia para que mudasse e não notaram e acabaram pensando que podia me ter a hora que bem entendesse. Mas não é assim, nunca mais terá. Então, aproveite as recordações, para se lembrar que existiu alguem que se importou e lutou. E você não.
E toda noite me obrigo a ser forte no próximo dia, tenho muita coisa pra superar, o bau não esvaziou, ainda tenho muita coisa e pessoas para me desfazer. Mas continuo dizendo que esta tudo bem.
E todo aquele papo meloso, clichê. Estou farta. Não preciso de ninguém tomando conta de mim, deixe-me seguir, erguer meus muros e tentar ser completamente feliz, me lembrar de como era muito mais feliz antes de qualquer destruir a mim. Sem lutas a noite para esquecer pelo menos por essas horas de todos que me machucaram. Roubaram a minha paz, meu orgulho e to custando ter de volta, pois quando acho que encontrei um colo seguro para descansar, me pego pecando novamente. E então percebo que tudo o que eu preciso não vem de ninguém, alem de mim. Reconstruo meus muros no meu tempo, me mantenho na minha paz, precisando única e exclusivamente de mim. Não quero ninguém dizendo que me dará mão, que me ajudará quando antes pôs uma duvida em minha mente.
Aguardo pelo dia em que fecharei meus olhos e não sentirei mais dor, não terei mais recordações e estarei leve. Aguardo pelo dia em que as bombas silenciem a minha dor.





One of these days your heart will stop and play it's final beat ... but it's alright♪

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Texas flood

E se foi... não tudo, mas só as coisas ruins. Estava mais leve, pôde sorrir verdadeiramente. Aqueles braços que a envolveram e por um instante sentiu que estava tudo bem e em sua volta o verde a consumia e olhava as paredes, admirando-as. Gostava do verde dali, do cheiro, do lugar que de certa forma era dela também. Queria aumentar as idas naquele lugar e assim fazia. Pois quando estava lá, era levada para outra dimensão. E como gostava disso. As horas corriam e os corpo ali unidos com uma intensidade que não soube e nem buscava explicar. Eram mãos, pernas, boca que se entrelaçavam e puxavam e empurravam. O calor, o suor, as mãos que percorriam todo o corpo, sedento, não deixavam escapar nada. A doração. A entrega. Era completo, firme... real. Não se cansavam e buscavam por mais, se olhavam em meio ao turbilhão de sensações. Não havia constrangimento e nem motivo para tal.
Se perdiam e se achavam, alguns risos e sorrisos surgiam, tudo bem delicado mas também com muita força e desejo. Os corpos suados e ofegantes por um instante pararam e somente beijos foram trocados aumentando cada vez mais a intensidade. Começa tudo de novo. Esqueceram das horas e o Sol se pôs, dando ao verde um outro tom. Um lindo tom. Estavam fora de órbita, com certeza, se envolviam como se fosse a primeira vez, exploravam, tocavam, lambiam, porém já era outro dia, outra data. E mesmo sem ver, a noite caía majestosa e as estrelas que via entre o verde se tornavam tocáveis, talvez. Se quisesse. O corpo formigava, arrepios eram incontroláveis e a troca de calor faziam com que se enroscassem e arranhassem rasgando a pele incentivando a não parar. Puxando e empurrando, o vai e vem, ambos queriam o controle, lençois amarrotados. Não se cansavam.

[...]


Até tudo se tornar AZUL. rs

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

So cold and so sweet

E ela não conseguia disfarçar o nervosismo e a ansiedade por estar indo a um lugar tão longe e nunca visitado por ela, somente por ele. "Era loucura", pensou ela. Mas ainda assim, estava sentada no onibus, colocou os fones e se pos a ouvir suas músicas favoritas, tentando de alguma forma (inutil) esquecer para onde estava indo e somente curtir o que se passava na janela. "Era loucura", pensou novamente. O coração estava acelerado demais, aos mãos suando e estava inquieta demais. O trânsito só aumenta a distância e o seu nervosismo. "Não pode ser, não estou fazendo isso" pensava a todo momento, não conseguia crer no que estava acontecendo e quando se deu conta estavana travessia que mais amava, que mais lhe acalmava, olhava a imensidão até seus olhos perder tudo de vista. Admirou o que para ela era belo, mágico. E por fim, percebeu que a loucura que estava fazendo era real, mas valia a pena.
Nada mais importava, parecia que ela entrava num outro mundo, numa outra dimensão e com certeza num outro lugar. Por mais que sentisse medo ou angustia, não conseguia recuar. E assim, chegou no seu destino e o coração batia descontroladamente, faltando-lhe, até, um pouco de ar. Sentou-se ao saber que ele estava vindo ao seu encontro. Sentou-se, pois ao saber, suas pernas tremiam e achou que fosse cair. Manteve os olhos fixos ao chão, não conseguia pensar na probabilidade de somente olhar ao redor, estava nervosa demais, ansiosa demais e seus olhos a denunciavam. E ele parou bem ao lado dela, ainda sentada, ela o olhou e reparou como era belo, alto e forte. Respirou fundo e se pos de pé para caminhar junto dele.
Parecia que a cada encontro ela o achava mais bonito, mais atraente e isso a deixava intimidada. Ela tinha o típico pensamento de menina insegura, mas ela não era mais uma menina e sim, uma mulher. Uma mulher pela qual chamou a atenção daquele belo homem e que não se importava com a diferença de idade existente. Para ele até, era um mero detalhe que poderia ser descartado. E ela não podia mais ter esse tipo de pensamento. Ao tempo que pensava em milhoes de "porque" e "como", a conversa fluia naturalmente, como sempre fora. Estando juntos ou não, conversavam bastante e isso a ajudava a ficar mais calma. E os risos compartilhados, risos e sorrisos que sempre dividiam.
Ela evitava contatos físicos, olhares prolongados, arriscou-se somente a uma leve massagem nos ombros dele enquanto esperavam para voltar pra casa. Ela queria abraçá-lo, mas escondendo essa vontade o largou em meio a uma brincadeira se pondo de costas a ele, que por sua vez, a abraçou e beijou seu ombro. Sentiu que perdia o ar. Ele a mantia perto de si e ela limitava-se a fazer carinho no braço dele. Não pensava em sair daqueles braços, pelo menos não naquele instante. E então ele a virou para si e firmou os seus olhares, e ela não conseguia desviar, quando ele a envolveu num beijo. O beijo a qual ela se lembrava muito bem e que a muito tempo não sentia, não desfrutava. Entregou-se, segurando-o pela nuca e sentia os braços dele a envolvendo inteiramente pela cintura.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Blues Man

 As nuvens no céu anunciavam chuva, o vento gelado trazia o cheiro de terra molhada e as mãos massageavam o braço moreno sem pressa, de uma forma calma. Quase uma terapia, para ela. As mãos deslizavam e os olhos fixos aos braços, porém conseguia ver que ele a observava e sabia o que aconteceria se olhasse. Riu, tentando descontrair e espantar a vergonha que sentia e esquecer como estava sem graça. As mãos continuavam o trabalho e ele pousou o rosto junto ao dela fazendo-a fechar os olhos e sorrir levemente. Ela sabia o que aconteceria e com o coração acelerado deixou-se levar. Um beijo lhe foi depositado no rosto e ela inclinou o rosto, permitindo-se a aquele momento. E por um ouviu o silêncio e o coração batendo mais forte.
Já afastados, ela tentava inultilmente não rir feito uma criança sem graça e a "voltar ao mundo". E mesmo não sabendo explicar o que estava dentro dela, ela sabia que o momento foi diferente de qualquer outro. Quando voltou a si, tentou conversar para acalmar aquele turbilhão de emoções, pensamentos dentro dela. Mas logo veio ele para interromper a sua fala e roubar-lhe um beijo.  E todo o trabalho que ela teve em manter tudo calmo dentro, foi descartado facilmente. E por mais que não tivesse o controle daquela situação, ela gostou.
O frio passou a consumi-la com uma força monstruosa, os dentes batiam, o corpo tremia mesmo envolto de um cobertor. Não sabia mais o que fazer, a não ser esperar. O que seria uma longa espera se não fosse por ele estender os braços gentilmente e puxá-la para si, fazendo-a pousar a cabeça sobre seu peito nu e moreno. Ela sentiu sua pele macia e quente, ao contrário da dela tão gelada. Envolveu-se em seus braços,fechou os olhos e deixou que seu corpo fosse aquecido pelo dele. E daquela forma, logo aodrmeceram. E ao acordar, ela percebeu que não saira dos braços dele e notou como sentia-se bem, principalmente porque o frio passara.
Por aquele dia, ao menos, ela teve alguém que cuidasse dela, que se importava. Ele trouxe gelo e colocou delicadamente no rosto dela que a princípio não gostou, mas aceitou. E apesar da dor que sentia, tinha que manter o gelo no rosto. Os olhos bondosos e preocupados dele fixos nela, não cansava de perguntar se ainda doía muito e ela com os olhos fechados negava a dor, mas as mão apertando o cobertor dizia o contrário. Ao abrir os olhos encontrou os dele, ali, com ela. E ali, ela se sentiu bem.
O dia permaneceu nublado assim como ela continuou deitada. Observava tudo em volta e sorriu ao pensar que ele estava preparando o almoço. Era um ambiente tranquilo, aconchegante, verde e na calmaria ouvia-se música tornando tudo mais leve. Com certeza aquele seria um momento ao qual guardaria e desfrutaria com alegria. Mesmo as nuvens estando tão cinzas, tudo estava bastante claro. E quando chegou a hora de ir pensou que partiria com uma alegria imensa por todos os momentos que aquele respeitável homem lhe proporcionou. E manteve o sorriso no rosto.



"Eu posso me acostumar com isso"

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

The rain is coming

E aquele cheiro de flores, cheiro de grama, barulho de água, barulho de árvores. Cheiro de chuva, cheiro de terra, terra molhada.Pingos gelados, pingos fortes junto com os ventos, ventos leves espalhando o frescor. O sal na boca, areia nos pés, estrelas no céu e flores nas mãos. Cheiro verde, cheiro molhado, terra nos pés,lua nas mãos. Barulho de água, barulho de ondas, barulhos submersos. Cheiro gelado, cheiro fresco. Barulho de grilos, barulho de sapos, barulho de vida. Vida. Água nos pés, estrelas nos olhos, lua nas mãos, manto verde. Árvores, rochedos, pedra nos pés. Chuva gelada, chuva forte. Chuva nas mãos. Corpo nu, onda nos pés, terra nos pés, pedra nos pés. Tronco firme, molhado terra-tronco. Mãos aos céus, lua prata, cabelos ao vento, folhas, barulho de folhas-cabelo. Boca sal, boca. Balanços suaves, folhas balançam, dançam. Barulho céu, barulho mar, barulho terra. Vida.








quarta-feira, 10 de outubro de 2012

5:30 a.m

O dia amanhece nublado
Abro os olhos para enxergar melhor
E percebo que estás ao meu lado
Lindo sonho que sonhei
Linda vida que vivi
Com você ao meu lado
Eu nada perdi
Que pena, mais um sonho se acaba
E com ela, você adormecido ao meu lado
Mas nunca esquecerei
Pois fostes o sonho mais belo
E mais real que já aconteceu-me

O dia continua nublado
Eu me perco nos ponteiros do relógio
Deste quarto frio
Passa uma, duas, três horas
E eu continuo aqui
O dia passa lento e doloroso
Mas não mais quando escuto sua voz
Me ligaste, que alegria!
Um sorriso em meu rosto
Tu estampastes
Mas que belo dia este

A noite chega
A lembrança da sua voz
Se mantém viva dentro de mim
Já está quase na hora, meu amor
Passa das dez da noite
Vou para a cama sonhar
E imaginar você
Você... o mais desejado
Que para minha surpresa
Oh! Estás ao meu lado
Tão real, tão lindo, tão puro
Desta vez posso dormir
Envolvida em seus braços
Beijos de amor sem fim
Como é bom estar contigo!

Mais um dia amanhece
Agora com mais nuvens
Parece que irá chover
Mas nada disso importa
Ao me virar, vejo você
Você... dormindo, sonhando
Desço e busco o café
Subo e admiro-te
Beijo carinhosamente seus lábios
Para desperta-te de teu sonho
Ao abrir os olhos diz:
Bom dia! Eu te amo!

domingo, 7 de outubro de 2012

Take my hand

Eu só preciso disso para poder ficar em paz, pois me parece não ter tempo para fazer muito planos e isso me irrita, quero ter todo o tempo do mundo para planejar o que eu quiser. E é por isso, somente por isso, que peço que me prometa sempre me amar, nunca me esquecer e sempre mencionar meu nome da melhor maneira. Prometa-me ser a sua melhor lembrança, a melhor época da sua vida. Eu só preciso disso.
Não vou te abandonar, não importa onde eu esteja, me manterei ao seu lado como prometido.Sempre irei te amar e eu te prometo nunca te esquecer.Pois foste o melhor da minha vida!


If I get lost your light's gonna guide me
And I know that you can take me home ♪

sábado, 6 de outubro de 2012

Beijos, blues e poesia

E o peso no peito aumenta e você se encontra  em um quarto escuro. Não há luz para te confortar e sozinha está. Sozinha. Largada na cama pensando em uma solução para tudo. E tudo só piora quando o cheiro dele invade o seu quarto e te envolve por inteira. Sem meios de fuga. As recordações são fortes apesar de antigas o suficiente para terem sido apagadas. Mas nada apaga, tudo fica dentro de você te torturando. E conforme os anos passam você se desespera por isto nunca ter fim. Não haverá ninguém capaz de retirar esse peso do peito.
Você se encolhe na grande cama de casal e lembra de como era estar abraçada a ele. Mesmo tão nova e tão idiota. E se lembra que nunca mais terá nem um terço daquilo que existia. A garganta aperta. O coração dói. Era egoísmo e sabia. Tomou sua decisão e deveria conviver com isso. Se for a vontade da Deusa, os caminhos se cruzarão por mais uma vez nesta vida. Mas continuava a ser egoísta por lhe ofertarem um coração e tomá-lo como seu. Mas não era.
Vários "porque" deveriam satisfazê-la, mas eram infinitos. E o peso continuava a esmagá-la. A noite ia ser longa, como as outras, pelo mesmo motivo ou não. Comparações inevitáveis fazia, sem ter a intenção de ofender. Mas talvez isso só seja uma ferramenta de tortura. E ao longo da noite ninguém lhe respondia o "porque", "quando", "quem". E o silêncio agonizante não cessava e a alfinetava até que sentiu-se afrouxar. As lágrimas que tanto controlava, caiam com força e desespero. O grito abafado pelo travaesseiro, o corpo imóvel. Cicatrizes que ninguém vê, os olhos vermelhos, ainda derramavam lágrimas, estas quentes  cortando-lhe a face. Não havia mais gritos, porém o olhar imóvel.
Somente desejou ter alguém para lhe confortar, mesmo em silêncio, alguém que fizesse todo esse peso simplesmente desaparecer. Alguém que pudesse tomar verdadeiramente posse. Só queria alguém sem prazo de validade, que lhe amasse igual. E por mais que soubesse que era tempo de colheita, a espera se tornava agonizante. Se lembrou das mãos lisas tão diferentes das suas, expressivas. E apesar de toda essa diferença, ela já sabia o final. Sofrendo um pouco mais.
O quarto mantinha-se escuro, ela ainda acordada se perguntando qual a finalidade de tudo aquilo. Novamente o "porque". Mas ela continuava sozinha e por mais que aquelas mão lisas a abraçasse e dissesse estar com ela, sabia que um dia iria embora. Como todos os outros, mesmo não desejando assim ser.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mine

Nunca me deixe ser...
A mágoa em seu coração.
O motivo da lágrima escorrer em seu rosto.
O seu desafeto.
Alguém que você nunca desejou ter.
Alguém que só viva em seus pensamentos.
Seu arrependimento.
Um momento.
Uma lembrança.
Uma tentação.
Uma tentativa.
Uma ousadia.
Uma situação mal interpretada.
Seu amor impossível.
O sol ilumina o caminho e nossas mentes, e quando olho para o lado esquerdo da minha cama não te vejo nela. Mas quando te encontro, percebo o olhar sincero e confuso.
Sonhei em ter-te ao meu lado, tão belo e tão adormecido, tão sereno e tão tranquilo, tão simples e tão perfeito. Um sonho...
Nunca deixe que eu seja...
Mais uma menina.
Mais um beijo.
Mais um caso.
Pois assim acaberei sendo o seu passado!


Um 2008 da vida, isto escrevi!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Charming

Palavras são somente palavras
e quando eu as digo para você

Por favor acredite em cada uma delas

São as mais puras e sinceras

Onde você me encontrará por inteira

Sem faltar um pedaço, hoje estou.

Já me conheces o suficiente para saber

O que tens que fazer.

Sabes do que quero e do que desejo

Minhas palavras, sei, que fazem algo em você

Seu coração dispara quando finjo te beijar.

Eu sei do que gosta!

Momento que será especial, sem nenhuma restrição

Tudo se encaixa como uma peça de quebra cabeça

E com muito carinho que trago o amor que tenho no coração

Com certeza, não será deixado para trás em cima de uma mesa.

Meu coração dispara quando você finge me beijar

E por um impulso de desejo

Vou ao seu encontro para então te beijar!

Lábios que tanto desejei

Foram os que eu mais desejei

Com toda o meu coração

O melhor de todos!

Pude ver em seus olhos o quanto me queria

Por mais errada que fosse. Você queria!

Há muito esperava um momento como este

Com você esse momento seria perfeito, e foi.

Agora seu olhar, posso perceber

Que meus lábios queres possuir de novo!

Então venha, querido, porque terás!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

But Honestly

O espelho revelou traços que o tempo fez questão de deixar. Algumas fortes, outras... mais fracas, sutis, das quais seriam vistas apenas se olhasse para o mais fundo da alma. Era um desabafo silencioso, um grito abafado. Eram recordações de outrora, um antes e depois esplêndido. Era de uma frieza, cicatrizes, algumas ainda abertas, força, tudo se revelando ali, naquele espelho sujo.Os cachos que tanto já mudaram, agora veem-se escuros, apagados. Os olhos ora de criança, agora se tornam perdidos. Um rosto delicado, porém mostrava além de bondade... lágrimas. Parecia um grande sotão, preenchido com todas as lembranças, brinquedos, objetos, músicas. E o velho espelho se mostrava tão receptivo e dizia "livre-se disso". O reflexo se mostrou duvidoso, passageiro. E assim foi.
Um instante até que olhou em volta e não restava mais nada. Sobraste apenas as lembranças que não podia se desfazer... as de sua mente. Porém, todo o resto se foi. E por este instante o reflexo viu um belo e leve sorriso brotar. Iluminou-se e se pos de pé. Se tornou grandiosa e impos uma autoridade não vista antes. Era de cabeça erguida que caminhava, era assim que vivia a partir daquele momento.
The dog days are over
O Sol iluminou e retirou todo o gelo existente, no ar um aroma floral. E durante dias, semanas, voltava para aquele espelho e o encarava de cara limpa, firme. Não deixava-se abater, pois tinha o necessário para continuar viva. Mas num outro dia de outra semana as lágrimas a enlaçaram e a solidão acolheu-a. Sendo tragada para o fundo do oceano. E percebeu que os demonios voltaram a assombra-la, mesmo se desfazendo de tudo, removendo da sua vida o que não lhe fazia bem. Ainda assim, certos dias, os demônios vinham e se apoderavam de sua mente.
Não importa o que fizesse, as lágrimas continuariam caindo... quentes, fortes, pelo mesmo motivo, pela mesma dor. Por mais que se mantivesse forte, a noite, seu travesseiro se tornava o melhor companheiro. E sempre torcendo para doer menos que no dia anterior. Sempre menos. Mas tudo era passageiro, assim como ela na vida das pessoas e era ciente disso. Nada com ela durava para sempre, nada era padronizado com ela. E apesar de gostar por ser assim, por vezes desejava ser igual aos que nascem uma vez. Mas com ela era diferente. E aquele velho espelho, sujo e rachado somente confirmava, balançando a cabeça positivamente. Ela era passagem. Ela era o paraíso e o inferno.

domingo, 30 de setembro de 2012

Givin in

Os olhos que se encontravam e desviavam repetidas vezes, agora, não ousam olhar em volta. Um vazio sentia-se quando separava-se daquele olhar, mas o coração forte batia ao lembrar do brilho que aqueles olhos carregavam. Ao sentir os olhos tocarem os seus, sabia, que deveria mostrar do que era capaz, queria mostrar-lhe o seu mundo e tudo o que nele pertencia. Conversas, segredos, desejos foram compartilhados por simples olhares, que com admiração contemplava o que eles capturavam e sentia o que não lhe era dito. Sabiam estar fora do padrão adotado pela sociedade, porém aque
les olhos beijavam-se e tocavam-se como se anos tivessem passados, com eles juntos. O tempo não importava, tudo era um grande "sim", aqueles olhos não se importavam.
Um olhar zeloso, bondoso jamais visto antes. Sentia o frio cortar-lhe a espinha e cuidadosamente um casaco lhe foi posto. E naquela manhã gelada, longe de casa, a neve caía sem fim. Os olhos perdidos de outrora sentiu-se preenchido, achavam um caminho, e sabia ser o certo. Um olhar assim cigano que lhe tocava a face e conduzia para um mundo ainda não explorado. Estes olhos que arrastava para o mais fundo e irresitivel oceano. E aquelas águas límpidas tocavam-lhe os pés, as mãos foram-lhe estendidas e mesmo relutando as segurou. Mas como poderia dizer não para aqueles belos olhos? Jogou-se e banhou-se no mais claro e fundo do seu novo mundo, pois não encontrou motivos
para temer. Desfrutando assim, do brilho da cidade através daqueles olhos.
Se olhavam com a mesma intensidade do primeiro momento. Tocavam-se com mãos, pernas, olhos, boca. E quando pareciam cansados, os olhos eram abertos para somente contemplar o semblante. Era de uma sintonia perfeita. O sol brilhava muito mais e ali deitados na areia deixavam-se preencher por aquela luz. A lua iluminou-se e encheu-se de amor para banhar o mar... os olhos. Então, que assim seja, a mando da Deusa. Um olhar calmo, sincero, estável lhe transmitia a sensação de lar. Que venha a onda e arraste para o mar. Nem tentou desviar-se desta linda onda de braços fortes, moreno feito terra. As idéias não lhe permaneciam na garganta, a boca as gritava, os olhos suplicavam e o coração cedia.E aqueles olhos de ressaca que eram irresistiveis para aqueles simples e perdidos olhos.
Cigano belo e delicado que preocupava-se com a felicidade mútua que construia no seu novo mundo,
doava-se sem medo, zelava por aqueles pequenos olhos perdidos. A idéia de mãos vivas, sentindo-se abraçar confortavelmente e seguramente. O som das árvores traziam um leve aroma floral que encantou os dois. As costas junto ao tronco, sem soltar do abraço, olharam para cima e viram as folhas caindo gentilmente. Os olhos se encontraram e notaram que não pensava-se, agora, em dois seres somente. Tornavam-se um.

"Estas alegrias violentas tem fins violentos. Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora que num beijo se consomem."

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Use somebody

“Chega, não dá para mim. Melhor parar, creio que passou-se muito tempo para dar em nada. Melhor parar antes que alguém (eu) machuque-se, magoe-se por ter se apegado demais, gostado demais. Melhor parar, pois estamos (eu estou) fugindo do combinado… melhor parar, enquanto há tempo”
Ela estava ansiosa, agitada, mantendo-se focada no que ia dizer e, mesmo sentindo saudade, tinha que fazer. Metrô lotado (óbvio), abriu a bolsa e pegou um livro, acomodou-se no lugar de sempre e começou a ler (já que ajudaria a passar o tempo).
A cada composição que chegava seu coração acelerava e não atrevendo-se a olhar as pessoas em volta (pois não conseguia esconder o nervosismo), pois sabia que veria aquele olhar carinhoso e marrento, um sorriso timido de criança. Não queria procurar, pois notariam que ela queria um certo alguém subindo as escadas.
Forçou-se na leitura e então sentiu os braços dele a envolvendo num longo e apertado abraço, seus braços (que eram fortes) a seguravam por toda a cintura e a levava para si. O longo abraço fez com que ela fechasse os olhos e retribuisse, estampando um leve sorriso no rosto.
- Estava com saudade. - Ele disse ainda abraçado a ela.
- Eu também. - Retribuiu, dando um beijo em seu rosto.
Ela sentiu o seu coração bater forte, num ritmo harmonioso com o dele. E por um instante esqueceu-se do objetivo de tê-lo encontrado naquele dia. Abraçando-o novamente, o mais forte que podia, beijou-lhe os lábios,pois sua testa junto a dele e acariciou-lhe a barba enquanto admirava seu semblante.
Em sua mente apareciam pensamentos que mostravam que ela não estava apaixonada e que não havia mal algum em somente observar. Mas que lhe era de bom grado a sua companhia, sua conversa, seu beijo… ELE. Ele, logo ele, segurou-a pela nuca puxou-a para si dando um beijo de despedida. Ela por sua vez, entregou-se neste beijo, sendo lento e carinhoso, desejando que não tivesse fim. Manteve seus olhos fechados para não perder a sensação que tinha sempre que beijava-o. Porém tiveram que partir e, logo teve que voltar a realidade (desejando por mais um pouco ficar).

terça-feira, 4 de setembro de 2012

One more day

Ela reflete sobre quantas coisas em comum tem com ele. Quando se dá conta, nota que está a pensar nele novamente. Como no dia anterior, e no anterior… um ciclo vicioso. Droga, não tinha escapatória? Mas será que ela quererá escapar?

Enquanto a chuva caia lá fora, ela se pos a pensar em como seria se estivesse nos braços dele. Seu coração acerelado, fervendo, ansioso, buscando uma voz, um carinho, um olhar que lhe pudesse confortar e acalmá-la. Mas ao contrário do que quis, não o encontrou. Estava só.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Realejo

Eu gosto de textos gigantes, bem trabalhos, com emoção. Eles me inspiram, me fazem lê-lo novamente. Eu gosto de músicas com conteúdo, que me tenham valor, sentido, significado, história. Leio minhas próprias pobres criações, tenho o mesmo sentimento de quando as escrevi. Lembro de cada cena descrita, de cada porquê de todas aquelas palavras. Todas as palavras que ninguém vê, pois ninguém lê nas entrelinhas. Ninguém compreende, só acham belo. Me recordo das músicas que tocavam ao fundo criando uma bela trilha sonora e preenchendo o vazio de mim de antes e agora. Sim, eu ainda me recordo e não é de pouca coisa. Muita. Coisas das quais só as músicas falam, só os textos gritam e eu calo.

Sem seres mitológicos

Eu gosto do silêncio, mas do meu silêncio, da minha forma de fuga, do meu isolar no mais profundo e movimentado metro… pra ler, assistir. Do olhar indo além e perceber o nada da mente.
De frente para o mar eu me sinto tentada a ir, tocar os pés na areia e notar o quanto é fina e quente, mas profundamente confortavel. Em instantes sou tragada para o mais profundo dos oceanos.. meus pensamentos.
“Eu hoje joguei tanta coisa fora”, mas pequenas coisas ainda permanecem. Hoje, o baú que há dentro de mim está cheio, repleto de lembranças. (infelizmente)
“It’s hard to dance with a devil in your back”. Sumir… sair por aí, sem rumo ou telefone, tv e rádio. Malditos rádios que me trazem notícias suas. O seu silêncio é o meu melhor presente mas “o seu amor é uma mentira que a minha vaidade quer”. E enfim, longe sempre foi melhor.
E quando penso estar conseguindo alcançar a superfície do oceano, para respirar, as lembranças e sensações me seguram pelo pé fazendo-me afundar novamente.

Fallen

Enquanto ela se olhava no espelho naquela manhã nublada lembrava-se de como foi doce a sua noite. E por mais que o tempo lhe fosse curto, pareciam horas. E “horas” muito boas.
Ela se olhava no espelho quando percebeu um sorriso iluminando seu rosto ainda com as marcas do sono. Mas logo escureceu ao pensar na probabilidade de.. não. Ela não podia… NÃO.


OH SHIT _|_

terça-feira, 21 de agosto de 2012

What if?

Ela se deitou e sentiu sua cabeça pesar. Ainda estava sob o efeito da bebida e sentia tudo girar. Olhava para o alto, celular na mão. Sabia que a noite não tinha acabado bem. Ficou lembrando do seu olhar e de tudo o que lhe foi dito. Queria ter o poder de deletar as ações daquela noite.
Era quase de manhã e ela sabia que tudo tinha saído do lugar, tudo era fora do combinado. O seu mundo estava bagunçado e lutou contra as lágrimas. Pensou que ele não iria gostar de saber que havia chorado. Mas apesar disso, deixou rolar todas as lágrimas que, abraçada com ele, não pode libertar.
Ela consegui ainda ouvir-lo dizer que o erro foi dele, mas ela sabia que havia pecado. E agora, sofre... por ele, por ela. Estava se sentindo pesada demais, coração apertado e consciência pesada... estava de uma forma que nao imaginou ser possível. Ela se importava, mas ele estava magoado. Ela tenta, em vão, tirar essa mágoa dele,mas ele é cabeça dura demais pra mudar o pensamento.
Por um momento desejou fortemente que tivesse acontecido ao contrário. Ela só queria que aquela mágoa dele sumisse. Não estava suportando vê-lo daquele jeito. E ela ainda acordada, espera por resposta dele. Mas ele parecia não querer falar, pelo menos, não naquele momento.
O sol nascia e ela viu iluminar o quarto, fechou os olhos e rogou aos Deuses, dizendo a si mesma depois que esperaria, o tempo dele, ela esperaria, pois sabia que valia a pena.


I'll hang around with you, till you find someone better♪

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Subway

E lá estava novamente, esperando. Tentava não olhar para o relógio. Mas seu coração estava acelerado, suas mãos tremendo. E não sabia o que fazer para que isso parasse. Só conseguia pensar no encontro. Escutava músicas, tentou ler e de nada adiantou.
O viu de longe e abaixou a cabeça, estava lindo. Sabia que se aproximava e a cada passo dele, seu coração parecia saltar e então sentiu-se envolvida pelos braços dele. Com isso, todas as pessoas em volta, sumiram. Era somente eles. De mãos dadas, braços dados, abraçados. Seus olhos se cruzavam, ela o encarava e desviava. Seus lábios se encontraram e, assim, sentiu seu mundo completo. Não queria soltar.
Conversaram. Tudo o que ela fez foi gravar na memória cada palavra, cada expressão e apesar da viagem ter sido curta, em sua mente pareceram horas. E suas testas ficaram encostadas, podiam se olhar e ela se sentia completa, feliz. Ela fazia palhaçadas para disfarçar o quão tensa ela fica perto dele. Mas deixa transparecer toda e qualquer felicidade que sente ao ficar perto dele. E naquele momento, ela não se importou, disse o que queria, mesmo deixando-a sem graça. E ele... somente pediu para que o olhasse. Ela, assim fez, e sentiu como se tivessem sido tirados daquele lugar.
A alegria tomava conta dela de uma forma que não imaginava ser possivel. E tudo o que queria era voltar, voltar pra ele, para aqueles braços que a levavam para um mundo pararelo. Para o mundo deles.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Jb Fm

Hoje ela se recolheu no seu mundo, pousou a cabeça sobre o travaesseiro  e sentiu tudo girar. Seu mundo dava giros rápidos demais. Agarrou-se as lembranças tranquilas da noite anterior e buscou a paz. Abriu os olhos por um instante e tudo estava fora de lugar. Fechou os olhos novamente ainda sentindo seu mundo girar e seu corpo tremer. Teve medo.
De repente, caiu em um sono profundo, mas sua mente não foi longe. revivendo o pouco que lembrava e esforçava-se para lembrar do que por algum motivo esqueceu. Acordou sem vontade, seu mundo continuava girando, menos agora, então permaneceu na cama. Pegou seu celular e procurou alguma rádio que tivesse músicas calmas e antigas, não queria agitação. Colocou os fones e fechou os olhos, se concentrou na música. Ainda estava muito cansada, mas ali, no seu mundo, nada lhe era impossivel. E por fim, deixou-se levar pelos seus pensamentos.
Ela ainda sentia cada toque, cada beijo, a respiração, conseguia ouvir perfeitamente as palavras ditas e pensou "e se" quase sem fim. Foi um turbilhão de pensamentos e emoções, e por mais que parecesse-lhe loucura ela queria mais e iria procurar por mais. Não era mais um jogo ou talvez fosse, e ela viciada.
As músicas desconhecidas por um momento pareciam fazer sentido, letra, melodia. Tudo conspirava para que mais pensamentos surgissem-lhe na mente, mais sentimentos. Mais. Mais. E ela desejando por mais. Era sufocante e enlouquecedor. Mas mesmo assim ela ansiava por mais. Porém tudo o que tinha naquele momento era a sua música e suas lembranças, então se acomodou novamente na cama e ainda com o fone de ouvido envolveu-se no seu mundo.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Deixa rolar

A lua brilhava em sua metade e de mãos dadas andavam. Cruzavam becos e vielas, sempre que podia seu olhar se voltava para a pessoa ao lado e manteve as lembranças vivas. De tudo. De sempre. Pois não saberia o que aconteceria depois.
E então, olhos fechados e testas encostadas. As mãos que deslizavam pelo rosto, pareciam capturar cada pedaço. Os olhares se encontram, o silêncio permanece, a mente grita, porém da boca nenhuma palavra ousava romper aquela paz. Corações acelerados, a mão deslizou pelo peito e sentiu cada movimento agitado do batimento e então sorriu.
Sem soltar, se ajeitam, se beijam, não parecia existir mais nada. Era noite, sem tempo, sem barulho, só eles. Ali. Se abraçam. Três palavras são ditas e um sorriso tímido e envergonhado aparece. Eles brincam, parecem esquecer. Mas logo voltam para o momento deles.
Sorrisos a toa, sorriso repleto de alegria e por vezes em nada conseguia pensar. Ou por pequenas vezes, a lembrança de outrora lhe surgia. Ainda viva. Ainda lhe tirava o ar. Ainda lhe trazia saudade. Mas ali estava, revivendo. Sem hora pra voltar, sem preocupação, tinha que ficar.
Seus olhos se prendiam fácil, não conseguia parar. Sua mente girava enquanto os lábios se envolviam em beijos e suas mãos se entrelaçavam. E por fim se deixou levar, três palavras sairam de sua boca e ficou sem jeito. Sentiu-se abraçar e as palavras foram ditas de volta. Sorriu.
Olhou para o rosto firme, quase de ferro e notou expressões suaves, só não sabia ao certeza se eram verdadeiras ou sua imaginação. Preferiu gravar este momento na mente, não importando o significado. Não se interessou por mais nada. Uma música e prestou atenção na letra, enquanto olhava e acariciava-lhe o rosto. Teve dúvidas, mas se envolveu na música. Sorriu.
Olhou a hora e teve vontade de ajustar os ponteiros, para que nunca fosse tarde da noite. Para que pudesse permanecer entrelaçada naqueles braços. Olhou mais uma vez para a lua antes que a perdesse de vista. Sorriu. Desejou não ter que partir, porém se foi. Não olhou pra trás, sabia que doeria, sabia que voltaria e entardeceria sua ida. Se tranquilizou, os olhos se encontraram. Um último beijo. E partiu.