E
tem sempre que se lembrar de que a dor não é física, é só uma reação louca do
seu cérebro fazendo você acreditar que algo está dilacerando você. E no meio
desse turbilhão ele vem, sem saber do que acontece em minha mente, mas ele vem 1,97m,
o sorriso de menino que me tira o folego e aquela inocência que tanto me
encanta, a sua tranquilidade perante os problemas é impressionante, de verdade.
Ele
caminha devagar, vem na minha direção e eu inutilmente tento esconder todo o
meu nervosismo com as mãos no bolso. Ele se aproxima e a única coisa que
consigo fazer é esticar meus braços para finalmente abraça-lo. Ah, eu me lembro
da primeira vez que senti seu abraço... Estava escuro, a luz piscava em várias
cores diferentes, a música estava alta e ele estava lá com seu grupo de amigos
conversando de costas para mim, mas eu já tinha passado por ele a caminho do
bar e na volta também umas duas ou três
ou quatro vezes. Quando ele finalmente falou comigo, tudo o que eu conseguia
ouvir era sua voz e como eu ria, bateu um desespero, mas ele estava me
abraçando então estava tudo bem. Eu já estava um pouco bêbada e mesmo assim
escrevo meu nome em seu telefone, não muito confiante de que ele fosse me
procurar depois. E não é que ele procurou.
Por
milésimos de segundo naquela noite, eu senti seu abraço de novo. Tínhamos que
escolher um lugar para comer e eu fiquei aliviada por não ter nenhum tipo de
pressão nem todas aquelas coisas que vinham junto com encontros. - Mas confesso
que entrei em pânico para escolher a roupa, não ria, ah não ria, sou mulher,
esperava o que? – Subway, foi o local que escolhemos após andar um pouco e eu
obviamente quase enlouqueci porque eu nunca tinha comido neste lugar e como
odiei ser chata pra comer, mas decidi que não ia ficar de bobeira naquela
noite.
Sentamo-nos
e eu não fazia ideia do que poderia falar e fiquei contente por ele assumir
essa parte. Claro que eu também falei algumas coisas, contei outras, mas estava
preferindo ouvi-lo e vê-lo, ele me fazia sorrir e dizem que quem te faz sorrir
é porque te faz bem. E ele faz. Ficamos ali gastando o tempo e conversando, as
horas se passaram e o lugar já estava vazio e fechando, vimos que era hora de
irmos embora. Voltamos a caminhar pela rua, sempre conversando e eu como sempre
rindo bastante.
Estávamos
parados cada um na sua, nenhum dos dois ousava se tocar e eu sem saber o que se
passava em sua mente. Meu ônibus passou por diversas vezes e eu não saia do
lugar, continuava conversando com ele, pois ali estava melhor, eu não tinha “dor
de cabeça”, era só eu e ele. Em meio a uma brincadeira, ele finalmente me
abraçou e eu não consegui soltar, logo fui tomada por uma sensação que de
inicio não pude compreender. Lembro bem de como seus olhos brilhavam, cheios de
vida e eu me sentia um tanto presa a esses olhos, não enxergando mais ninguém a
nossa volta e o ônibus continuava passando, mas eu não queria sair dali.
Gostava
dos braços dele me envolvendo pela cintura e me puxando para si com toda a sua
delicadeza, ali parecia mais seguro e estável, me pareceu não ter complicações
e ser algo totalmente simples e tranquilo, essa sensação vem sempre que me
lembro de seu abraço.
If I could, I'd only want to make you smile
If you would stay with me a while ♪