segunda-feira, 30 de julho de 2012

Subway

E lá estava novamente, esperando. Tentava não olhar para o relógio. Mas seu coração estava acelerado, suas mãos tremendo. E não sabia o que fazer para que isso parasse. Só conseguia pensar no encontro. Escutava músicas, tentou ler e de nada adiantou.
O viu de longe e abaixou a cabeça, estava lindo. Sabia que se aproximava e a cada passo dele, seu coração parecia saltar e então sentiu-se envolvida pelos braços dele. Com isso, todas as pessoas em volta, sumiram. Era somente eles. De mãos dadas, braços dados, abraçados. Seus olhos se cruzavam, ela o encarava e desviava. Seus lábios se encontraram e, assim, sentiu seu mundo completo. Não queria soltar.
Conversaram. Tudo o que ela fez foi gravar na memória cada palavra, cada expressão e apesar da viagem ter sido curta, em sua mente pareceram horas. E suas testas ficaram encostadas, podiam se olhar e ela se sentia completa, feliz. Ela fazia palhaçadas para disfarçar o quão tensa ela fica perto dele. Mas deixa transparecer toda e qualquer felicidade que sente ao ficar perto dele. E naquele momento, ela não se importou, disse o que queria, mesmo deixando-a sem graça. E ele... somente pediu para que o olhasse. Ela, assim fez, e sentiu como se tivessem sido tirados daquele lugar.
A alegria tomava conta dela de uma forma que não imaginava ser possivel. E tudo o que queria era voltar, voltar pra ele, para aqueles braços que a levavam para um mundo pararelo. Para o mundo deles.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Jb Fm

Hoje ela se recolheu no seu mundo, pousou a cabeça sobre o travaesseiro  e sentiu tudo girar. Seu mundo dava giros rápidos demais. Agarrou-se as lembranças tranquilas da noite anterior e buscou a paz. Abriu os olhos por um instante e tudo estava fora de lugar. Fechou os olhos novamente ainda sentindo seu mundo girar e seu corpo tremer. Teve medo.
De repente, caiu em um sono profundo, mas sua mente não foi longe. revivendo o pouco que lembrava e esforçava-se para lembrar do que por algum motivo esqueceu. Acordou sem vontade, seu mundo continuava girando, menos agora, então permaneceu na cama. Pegou seu celular e procurou alguma rádio que tivesse músicas calmas e antigas, não queria agitação. Colocou os fones e fechou os olhos, se concentrou na música. Ainda estava muito cansada, mas ali, no seu mundo, nada lhe era impossivel. E por fim, deixou-se levar pelos seus pensamentos.
Ela ainda sentia cada toque, cada beijo, a respiração, conseguia ouvir perfeitamente as palavras ditas e pensou "e se" quase sem fim. Foi um turbilhão de pensamentos e emoções, e por mais que parecesse-lhe loucura ela queria mais e iria procurar por mais. Não era mais um jogo ou talvez fosse, e ela viciada.
As músicas desconhecidas por um momento pareciam fazer sentido, letra, melodia. Tudo conspirava para que mais pensamentos surgissem-lhe na mente, mais sentimentos. Mais. Mais. E ela desejando por mais. Era sufocante e enlouquecedor. Mas mesmo assim ela ansiava por mais. Porém tudo o que tinha naquele momento era a sua música e suas lembranças, então se acomodou novamente na cama e ainda com o fone de ouvido envolveu-se no seu mundo.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Deixa rolar

A lua brilhava em sua metade e de mãos dadas andavam. Cruzavam becos e vielas, sempre que podia seu olhar se voltava para a pessoa ao lado e manteve as lembranças vivas. De tudo. De sempre. Pois não saberia o que aconteceria depois.
E então, olhos fechados e testas encostadas. As mãos que deslizavam pelo rosto, pareciam capturar cada pedaço. Os olhares se encontram, o silêncio permanece, a mente grita, porém da boca nenhuma palavra ousava romper aquela paz. Corações acelerados, a mão deslizou pelo peito e sentiu cada movimento agitado do batimento e então sorriu.
Sem soltar, se ajeitam, se beijam, não parecia existir mais nada. Era noite, sem tempo, sem barulho, só eles. Ali. Se abraçam. Três palavras são ditas e um sorriso tímido e envergonhado aparece. Eles brincam, parecem esquecer. Mas logo voltam para o momento deles.
Sorrisos a toa, sorriso repleto de alegria e por vezes em nada conseguia pensar. Ou por pequenas vezes, a lembrança de outrora lhe surgia. Ainda viva. Ainda lhe tirava o ar. Ainda lhe trazia saudade. Mas ali estava, revivendo. Sem hora pra voltar, sem preocupação, tinha que ficar.
Seus olhos se prendiam fácil, não conseguia parar. Sua mente girava enquanto os lábios se envolviam em beijos e suas mãos se entrelaçavam. E por fim se deixou levar, três palavras sairam de sua boca e ficou sem jeito. Sentiu-se abraçar e as palavras foram ditas de volta. Sorriu.
Olhou para o rosto firme, quase de ferro e notou expressões suaves, só não sabia ao certeza se eram verdadeiras ou sua imaginação. Preferiu gravar este momento na mente, não importando o significado. Não se interessou por mais nada. Uma música e prestou atenção na letra, enquanto olhava e acariciava-lhe o rosto. Teve dúvidas, mas se envolveu na música. Sorriu.
Olhou a hora e teve vontade de ajustar os ponteiros, para que nunca fosse tarde da noite. Para que pudesse permanecer entrelaçada naqueles braços. Olhou mais uma vez para a lua antes que a perdesse de vista. Sorriu. Desejou não ter que partir, porém se foi. Não olhou pra trás, sabia que doeria, sabia que voltaria e entardeceria sua ida. Se tranquilizou, os olhos se encontraram. Um último beijo. E partiu.