segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Put your records on


When you gonna realize, that you don't even have to try any longer? Do what you want to ♪




Você pode curtir um pouco com música: http://www.youtube.com/watch?v=wkEeNpWMvgk


É que eu tenho essa coisa estranha com música e fotos e memórias e lugares
Fazem com que eu me sinta feliz ou triste, nostálgica e viva.
Porque eu tenho essa coisa estranha com pessoas e animais e natureza e céu e universo
Fazem com que eu me sinta pequenina e insignificante, grande e produtiva.
É que eu tenho essa coisa estranha com cheiros e superfícies e água e terra
Fazem com que eu sinta e viva o passado, presente e o futuro.
É que eu tenho essa coisa estranha com o mundo.

E gosto, se quer saber.


sábado, 16 de novembro de 2013

Pra você guardei o amor

Já passava da meia noite quando o telefone toca. Acordei assustada,
mas não era nada, era ele dizendo que estava bem e por esse momento
que eu fiquei ouvindo a voz dele, tentei fazer algumas palhaçadas para tentar arrancar um sorriso, meu coração foi apertando porque queria tirar aquela dor de dentro dele e torná-lo leve novamente.

- Aparece na janela! - Ele disse.
- Está brincando né? – Eu perdi o sono totalmente.
- Eu tinha prometido, aparece na janela! - Ele insistiu.

Mesmo eu vendo, não conseguia acreditar. Era 01h30min da manhã e ele estava ali em pé na porta da minha casa. E naquele momento eu percebi o que ele ainda não enxergava, eu notei tudo o que eu sempre quis pra mim e o que eu sempre quis saber.  Eu me perguntava como os casamentos duravam como os namoros duravam tanto tempo e naquela noite eu percebi que mesmo com qualquer confusão, mesmo que tudo tentasse nos afastar, tem algo que berra incansavelmente pedindo para ficarmos juntos. Talvez seja doentio, talvez seja loucura, mas eu prefiro viver nisso a viver no “talvez”. Eu não sirvo para isso.

Certas perguntas na minha mente se solucionaram, não precisei que ninguém me explicasse, estava tudo bem ali na minha frente, bem na minha frente, na varanda do meu quarto de pé a me olhar. Não parecia real, eu me sentia transbordar. Ele sempre fazia isso, éramos completos separados e juntos... Simplesmente transbordávamos.


Ele me olhava com aquele ar de bobo que só ele tem. Conversávamos sem troca de palavras, o nosso modo preferido de comunicação. Talvez eu seja compreensível demais, mas o que compartilho neste momento é algo que eu nunca soube dar ou talvez não quisesse, tendo em vista que faço isso no momento certo. Eu aprendo, eu erro, eu mostro o que nunca pensei que seria e ele acolhe, colorindo e escrevendo mais uma página.

Acabei me descobrindo ao tentar mostrar para ele o porquê de tudo aquilo, um jeito meu, pois o que eu via nele nem ele próprio notava, mesmo tentando por vezes me afastar com o argumento de que é para o meu bem ou que ele está me fazendo mal. Ele não entende como é gostoso sentir o coração vibrar só de sentir aquele olhar ou quando suas mãos seguram meu rosto me forçando a encarar seus fortes olhos que me enlaçam, ele não entende que eu vou continuar aqui por ele.

Eu aprendi somente um tipo amor, vivenciei durante 21 anos isso. Eu tive e agora quero compartilhar livre, sem medo, construir algo, mas isso já é grandioso demais. Então penso no primeiro passo, que já foi dado, não tenhamos pressa, não há motivos, não depois de esperar tanto tempo.


E quando me lembro do dia em que ele simplesmente deixou minhas lágrimas escorrem enquanto ouvia as minhas saudades, meus lamentos sem me julgar ou questionar, me lembro de seus braços envolta de mim quase dizendo que eu podia me deixar cair porque ele estava ali me segurando. Companheirismo sem fim. E volto para o quarto onde sussurrávamos para que ninguém nos ouvisse. Já eram 03h30min e ele precisava ir, mas não antes de dizer sem medo, sem peso o que já sabíamos um do outro.


Pra você guardei o amor
Que aprendi vendo os meus pais
O amor que tive e recebi
E hoje posso dar livre e feliz