sexta-feira, 19 de julho de 2013

Closer


02:18
E como ele a fazia voar, transcender desse mundo e ser feliz.
- É o nosso momento, cale a boca! - Ele disse firme, trazendo-a para si, enquanto ela lutava contra o turbilhão de pensamentos. Ele era o único que conseguia silenciar sua mente, mas também era o único que fazia entrar em curto.
As músicas rolavam tão simples, tão calmas. Ela sentia cada nota e voava novamente, sem querer voltar para o mundo real. Ela poderia passar um tempo infinito ali no verde água, o relógio poderia perder seus ponteiros pela eternidade. Ah, se fosse possível, ela se perderia naqueles imensos olhos castanhos.
E quando a conversa não lhe agradava, ela se virava para a parede resmungando, não querendo saber de tal assunto. Ora, mas que conversa de louco, ela nunca o abandonaria não importando o que aconteça. Nem outros virão a ponto de tirar a sua atenção dele, não entraria ninguém na vida dela que fosse capaz de tal feito, ela, na verdade, não estava deixando ninguém entrar, pois não suporta a ideia de não tê-lo nesses momentos que são só deles, ninguém a fazia sair do chão como ele. Ela sabia o que estava fazendo, ela sabia quem ela queria.
Em algum momento ela terá que tomar suas próprias decisões, sem depender das escolhas dele. Estava ciente, e como doía saber, que um dia iriam trilhar seus caminhos separados. Cada um com a sua vida, seus amores, suas decepções, suas vitórias. Mas agora, ela estava em uma encruzilhada, onde a melhor saída ainda era permanecer imóvel.
Naquela noite ela sentiu tudo muito diferente, sentiu como se ele fosse dela, só dela. E ela surtava, balançava a cabeça tentando espantar as palavras que não ousaria em dizer, mas que estão presas prontas para serem ditas. Mas ainda não, não diria, poderia estragar tudo, ela tinha certeza, estragaria tudo. Balançou a cabeça novamente, espantando tais pensamentos. Ele simplesmente a beijava para ajuda-la a esquecer, se olhavam e sabiam que estavam em outro mundo e esse mundo era deles, não existia ninguém.
 

You shimmy-shook my boat
Leaving me stranded all in love on my own
Do you think of me♪

 

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Just give me a reason


E dava um leve sorriso, cansado da noite que foi agitada e não muito agradável, para ele. Apoiado no ombro dela ele adormece, enquanto ela lhe segura a cabeça. O ônibus mexia muito e apesar de ela ainda estar um pouco bêbada, a noite se passou como um filme em sua cabeça. E a pergunta que não conseguia calar em sua mente "como seria dali pra frente?"
Ele acorda e da um beijo em seu rosto, ela respira fundo e vira para beijar o rapaz. Não é preciso ser adivinha para saber que seu coração acelerou o máximo que pode com aquela atitude.



- Me lembre de conversar com você depois. - Ela pediu, estava bêbada demais para conversar e ele somente concordou.



Eles se beijaram novamente e ela perdia a força quando sentia a mão carinhosa dele em seu rosto. Estavam de mãos dadas desde o início da viagem e ela não iria ousar soltar.



-O que você quer conversar? - Perguntou ele, ignorando totalmente o pedido dela.



- Quero tentar. - Ela responde sentindo que podia se enfiar no primeiro buraco para se esconder.



- Tentar o que? - É a pergunta que ele lhe faz que a deixa mais nervosa ainda. Ela tentou se esquivar da pergunta, tentou beija-lo, mas ele queria ouvir.



- Nós dois! - Ela o beija para calar um pouco a sua mente barulhenta e disfarçar o quanto estava sem graça.



A viagem termina junto com o Sol que resolveu acordar. Eles andam juntos, mas não como no início da noite, eles estavam juntos com as mãos entrelaçadas e ela só queria mais um pouco daquela viagem toda.
Ele a puxou para si e ela se rendeu, depois de tanto tempo e tantas discussões ela se deixou levar. Sentiu falta do abraço dele e de como eles ficavam juntos. De certa forma combinavam, por mais que ela quisesse negar e em certos pontos eram parecidos. Talvez por serem do mesmo signo. Ah, mas ela se deixou levar, esqueceu-se da hora e aproveitou cada segundo.



- Porque você esconde o que sente por mim? - Ele pergunta, ainda beijando-a, deixando-a mais atordoada.



- Ainda tenho medo! - Ela respondeu com uma voz tremula.



Ele a puxava ainda mais para si, quase que unindo os dois corpos. Ela o olhava em meio aos beijos e pensava se tudo aquilo era real ou efeito do álcool. O coração acelerava de medo e vibrava com tudo o que estava acontecendo. Pensou "irei acordar e na verdade, nada passará de uma situação sob o efeito do álcool", e não importando o que tenha feito durante a noite, quando finalmente se deitou, ela teve a certeza de que queria exatamente aquele momento, ela só demorou demais para fazer algo.


 

 

It's in the stars

It's been written in the scars on our hearts

We're not broken just bent ♪

terça-feira, 16 de julho de 2013

True love way


E eu gostava do cheiro daquele corredor e do frio que eu sentia mesmo o dia estando tão quente. Era somente chegar neste corredor para eu saber que estava em casa. As paredes irregulares, o cimento desnivelado, o portão que sempre estalava quando abria e outro cheiro vinha, um cheiro de bem vindo ao lar. O barulho da escada em cada degrau, gritando "ela está chegando" enquanto eu tentava pisar de uma forma mais leve possível para não acorda-lo. O segundo lance de escada era mais silencioso e fazia meu coração vibrar e um terceiro cheiro vinha diferente do que senti no corredor e até mesmo da sala que se misturava com o cheiro de comida gostosa. Era um cheiro único e quando eu passava por aquela porta eu deixava o barulhento mundo para trás e entrava em um universo paralelo onde eu tinha um clone.

Ele ainda estava sonolento quando me viu entrando, tirei os sapatos, a calça que me apertava e o sutiã que me espremia, peguei uma camiseta dele jogada na cadeira, vesti e deitei ao seu lado, ele por sua vez se enroscou em minhas pernas e pousou a cabeça em meu peito, voltando a dormir. Acordei com ele fazendo carinho em meus cachos e aqueles grandes olhos castanhos me olhava de uma forma que me fazia corar as bochechas. Enquanto ele se levantada para fazer comida para nós, eu olhava para aquele aconchegante quarto e como aquele lugar me trazia tanta preguiça. É, era só chegar para que eu ficasse deitada e parecia que o tempo corria devagar naquele quarto. O Chaplin na parede me fazia rir, gostava dele decorando o quarto junto com a parede verde água. O cheiro da comida era tentador, me levantei e fui até ele para ajudar. Eu que não sabia muito, deixei o frango queimar enquanto ele ria de mim. Mas conseguimos comer mesmo assim assistindo filme. E como riamos. Mas nem terminamos de assistir ao filme, sabe, o corpo berrou e abafou o som da Tv enquanto ele me puxava pela cintura para si e me beijava tão delicadamente.

E de repente a Tv ficou em silêncio e nossos olhos se conectaram, respirávamos o mesmo ar e ficamos quietos por um tempo. Nada melhor do que parar tudo para isso, simplesmente para nos olharmos. Ele beijou minha testa e tudo recomeçou em meio a risos e puxões.  Não se escutava o barulhento mundo que vinha do lado de fora, estávamos muito alto para que pudéssemos escutar algo além de nós mesmos. E no fim, exaustos eu me entrelaçava em meio as suas pernas e braços para repousar a cabeça em seu peito, enquanto ele me abraçava.

E mesmo com tantas pessoas dizendo para que eu ficasse longe e tantas outras coisas que só eu sei, só eu ouvi, me deixei viver assim desse jeito, pois por mais louco que seja toda a situação era nos braços dele que eu encontrava a paz, mesmo quando ele esquecia que eu iria ficar. Mesmo assim, com os surtos e “mimimi” da vida, uma voz dizia para continuar e aproveitar o máximo. Eu estou ciente de que ele não poderá me dar o que preciso, porém dificilmente encontrarei em outro o que tenho com ele. Uma voz se mantinha em minha mente e dizia para eu não desistir, pois ainda havia muito ali, e eu só irei me retirar quando não restar mais nada.

 

 

 

And we would laugh

Laugh till we cried

Making up songs

And making me lie