domingo, 30 de setembro de 2012

Givin in

Os olhos que se encontravam e desviavam repetidas vezes, agora, não ousam olhar em volta. Um vazio sentia-se quando separava-se daquele olhar, mas o coração forte batia ao lembrar do brilho que aqueles olhos carregavam. Ao sentir os olhos tocarem os seus, sabia, que deveria mostrar do que era capaz, queria mostrar-lhe o seu mundo e tudo o que nele pertencia. Conversas, segredos, desejos foram compartilhados por simples olhares, que com admiração contemplava o que eles capturavam e sentia o que não lhe era dito. Sabiam estar fora do padrão adotado pela sociedade, porém aque
les olhos beijavam-se e tocavam-se como se anos tivessem passados, com eles juntos. O tempo não importava, tudo era um grande "sim", aqueles olhos não se importavam.
Um olhar zeloso, bondoso jamais visto antes. Sentia o frio cortar-lhe a espinha e cuidadosamente um casaco lhe foi posto. E naquela manhã gelada, longe de casa, a neve caía sem fim. Os olhos perdidos de outrora sentiu-se preenchido, achavam um caminho, e sabia ser o certo. Um olhar assim cigano que lhe tocava a face e conduzia para um mundo ainda não explorado. Estes olhos que arrastava para o mais fundo e irresitivel oceano. E aquelas águas límpidas tocavam-lhe os pés, as mãos foram-lhe estendidas e mesmo relutando as segurou. Mas como poderia dizer não para aqueles belos olhos? Jogou-se e banhou-se no mais claro e fundo do seu novo mundo, pois não encontrou motivos
para temer. Desfrutando assim, do brilho da cidade através daqueles olhos.
Se olhavam com a mesma intensidade do primeiro momento. Tocavam-se com mãos, pernas, olhos, boca. E quando pareciam cansados, os olhos eram abertos para somente contemplar o semblante. Era de uma sintonia perfeita. O sol brilhava muito mais e ali deitados na areia deixavam-se preencher por aquela luz. A lua iluminou-se e encheu-se de amor para banhar o mar... os olhos. Então, que assim seja, a mando da Deusa. Um olhar calmo, sincero, estável lhe transmitia a sensação de lar. Que venha a onda e arraste para o mar. Nem tentou desviar-se desta linda onda de braços fortes, moreno feito terra. As idéias não lhe permaneciam na garganta, a boca as gritava, os olhos suplicavam e o coração cedia.E aqueles olhos de ressaca que eram irresistiveis para aqueles simples e perdidos olhos.
Cigano belo e delicado que preocupava-se com a felicidade mútua que construia no seu novo mundo,
doava-se sem medo, zelava por aqueles pequenos olhos perdidos. A idéia de mãos vivas, sentindo-se abraçar confortavelmente e seguramente. O som das árvores traziam um leve aroma floral que encantou os dois. As costas junto ao tronco, sem soltar do abraço, olharam para cima e viram as folhas caindo gentilmente. Os olhos se encontraram e notaram que não pensava-se, agora, em dois seres somente. Tornavam-se um.

"Estas alegrias violentas tem fins violentos. Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora que num beijo se consomem."

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Use somebody

“Chega, não dá para mim. Melhor parar, creio que passou-se muito tempo para dar em nada. Melhor parar antes que alguém (eu) machuque-se, magoe-se por ter se apegado demais, gostado demais. Melhor parar, pois estamos (eu estou) fugindo do combinado… melhor parar, enquanto há tempo”
Ela estava ansiosa, agitada, mantendo-se focada no que ia dizer e, mesmo sentindo saudade, tinha que fazer. Metrô lotado (óbvio), abriu a bolsa e pegou um livro, acomodou-se no lugar de sempre e começou a ler (já que ajudaria a passar o tempo).
A cada composição que chegava seu coração acelerava e não atrevendo-se a olhar as pessoas em volta (pois não conseguia esconder o nervosismo), pois sabia que veria aquele olhar carinhoso e marrento, um sorriso timido de criança. Não queria procurar, pois notariam que ela queria um certo alguém subindo as escadas.
Forçou-se na leitura e então sentiu os braços dele a envolvendo num longo e apertado abraço, seus braços (que eram fortes) a seguravam por toda a cintura e a levava para si. O longo abraço fez com que ela fechasse os olhos e retribuisse, estampando um leve sorriso no rosto.
- Estava com saudade. - Ele disse ainda abraçado a ela.
- Eu também. - Retribuiu, dando um beijo em seu rosto.
Ela sentiu o seu coração bater forte, num ritmo harmonioso com o dele. E por um instante esqueceu-se do objetivo de tê-lo encontrado naquele dia. Abraçando-o novamente, o mais forte que podia, beijou-lhe os lábios,pois sua testa junto a dele e acariciou-lhe a barba enquanto admirava seu semblante.
Em sua mente apareciam pensamentos que mostravam que ela não estava apaixonada e que não havia mal algum em somente observar. Mas que lhe era de bom grado a sua companhia, sua conversa, seu beijo… ELE. Ele, logo ele, segurou-a pela nuca puxou-a para si dando um beijo de despedida. Ela por sua vez, entregou-se neste beijo, sendo lento e carinhoso, desejando que não tivesse fim. Manteve seus olhos fechados para não perder a sensação que tinha sempre que beijava-o. Porém tiveram que partir e, logo teve que voltar a realidade (desejando por mais um pouco ficar).

terça-feira, 4 de setembro de 2012

One more day

Ela reflete sobre quantas coisas em comum tem com ele. Quando se dá conta, nota que está a pensar nele novamente. Como no dia anterior, e no anterior… um ciclo vicioso. Droga, não tinha escapatória? Mas será que ela quererá escapar?

Enquanto a chuva caia lá fora, ela se pos a pensar em como seria se estivesse nos braços dele. Seu coração acerelado, fervendo, ansioso, buscando uma voz, um carinho, um olhar que lhe pudesse confortar e acalmá-la. Mas ao contrário do que quis, não o encontrou. Estava só.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Realejo

Eu gosto de textos gigantes, bem trabalhos, com emoção. Eles me inspiram, me fazem lê-lo novamente. Eu gosto de músicas com conteúdo, que me tenham valor, sentido, significado, história. Leio minhas próprias pobres criações, tenho o mesmo sentimento de quando as escrevi. Lembro de cada cena descrita, de cada porquê de todas aquelas palavras. Todas as palavras que ninguém vê, pois ninguém lê nas entrelinhas. Ninguém compreende, só acham belo. Me recordo das músicas que tocavam ao fundo criando uma bela trilha sonora e preenchendo o vazio de mim de antes e agora. Sim, eu ainda me recordo e não é de pouca coisa. Muita. Coisas das quais só as músicas falam, só os textos gritam e eu calo.

Sem seres mitológicos

Eu gosto do silêncio, mas do meu silêncio, da minha forma de fuga, do meu isolar no mais profundo e movimentado metro… pra ler, assistir. Do olhar indo além e perceber o nada da mente.
De frente para o mar eu me sinto tentada a ir, tocar os pés na areia e notar o quanto é fina e quente, mas profundamente confortavel. Em instantes sou tragada para o mais profundo dos oceanos.. meus pensamentos.
“Eu hoje joguei tanta coisa fora”, mas pequenas coisas ainda permanecem. Hoje, o baú que há dentro de mim está cheio, repleto de lembranças. (infelizmente)
“It’s hard to dance with a devil in your back”. Sumir… sair por aí, sem rumo ou telefone, tv e rádio. Malditos rádios que me trazem notícias suas. O seu silêncio é o meu melhor presente mas “o seu amor é uma mentira que a minha vaidade quer”. E enfim, longe sempre foi melhor.
E quando penso estar conseguindo alcançar a superfície do oceano, para respirar, as lembranças e sensações me seguram pelo pé fazendo-me afundar novamente.

Fallen

Enquanto ela se olhava no espelho naquela manhã nublada lembrava-se de como foi doce a sua noite. E por mais que o tempo lhe fosse curto, pareciam horas. E “horas” muito boas.
Ela se olhava no espelho quando percebeu um sorriso iluminando seu rosto ainda com as marcas do sono. Mas logo escureceu ao pensar na probabilidade de.. não. Ela não podia… NÃO.


OH SHIT _|_