terça-feira, 11 de junho de 2013

Move along

E ela contava as horas, os dias para poder encontrar com ele. Estava ansiosa, perdia noites de sono, esperando pelo dia que ele chegasse, mas como pode aqueles olhos verde agua e seus cabelos dourados, exercerem tamanho nervosismo? Nunca nem se cruzaram na rua, nunca se ouviu a voz nem mesmo para dizer "olá".
 
"Ela espera ansiosa, o sol brilha como nunca hoje, sentada em um banco olha as pessoas passarem e irem para o bondinho. Os risos e gargalhadas dos grupos aumentava a ansiedade da garota. Pobre garota boba, estava ansiosa demais para enxergar que ele a reconhecera e estava indo em sua direção. Ah, mas quando ele se sentou ao lado dela, pediu licença e sorriu segurando sua mão. A princípio o susto foi a sua primeira reação, mas quando ela sentiu sua mão ser envolvida pela dele, sorriu e seu rosto se avermelhou. Finalmente estava com ele e tudo era exatamente do jeito que ela imaginava. Ele a puxou delicadamente pela mão para que entrassem no bondinho, ela pôde observar como ele era alto e como seus olhos verde água ficavam contra o sol. Já sentados, ela brincava com os cachos amarelo ouro enquanto conversavam, ele acariciava sua mão fazendo ela corar.
Eles conversavam sobre o tempo, a vista, a terra, músicas e filmes, e quando chegaram no topo, sentiu que ele perdera o ar com tamanha beleza do lugar que estavam, ela sorriu e foi a vez dela de puxa-lo delicadamente, para onde seria na sua opinião, o melhor lugar. Sentia o vento forte, registravam tudo, ela queria que ele guardasse cada momento, pois ele não era daqui. E de mãos dadas desceram , ela o levou para almoçar em um bom lugar que ali ficaram por mais algumas horas, brincavam e ela explica um pouco de como era viver ali e do que gostava. Ele por sua vez, explicava como era sua cidade e ela atenta a todas as informações, pensou que seria bom, um dia, ir para lá. Ela ainda envergonhado, pensava que aquilo não podia estar acontecendo, era um sonho, um desvaneio, mas ele tocara sua mão e dissera que era hora de partir. Ela sentiu um leve pesar, mas sorriu não deixando transparecer seu descontentamento, levantou-se e estendeu a mão, ele segurou e sorriu.
Eles caminhavam ainda conversando, ela insistia pois era a única forma de olha-lo. Em pouco tempo chegaram no porto e ela não conseguia soltar sua mão, ele a abraçou e ela o abraçou o mais forte que podia, era o primeiro abraço que davam durante todo o dia. Ela brincou mais um pouco com seus cachos e olhou para aqueles olhos verde água e permaneceu imóvel, ambos.
 
- Vou sentir sua falta!
- Eu também sentirei!
 
 Ela não conseguia dizer mais uma palavra, o nó na garganta crescia e deixou que ele a soltasse. Ele depositou um beijo em seu rosto, ela fechou os olhos e respirou fundo. Ele se virou e começou a andar, ela permaneceu imóvel vendo-o ir até que...
 
 B. - Ela chamou, ele olhou para trás e via que ela corria em sua direção. Ela o abraçou forte  -  Não poderia te deixar partir sem isso. - Então pousou seus lábios delicadamente nos dele, e por um curto momento, esperou, até que sentiu o abraço dele apertar e o beijo finalmente se consumir."
 
Ela acorda, não faz tanto sol, o clima está agradável, então prefere permanecer na cama pensando no sonho que acabara de ter. Pôs uma música baixinha, se encolheu e com um sorriso no rosto fechou os olhos lembrando de todo o sonho e vivendo um pouco mais de tudo aquilo.  E ao som de The All American Rejects, ela cria e recria o dia em que finalmente irá encontra-lo.


When  all you got to keep is Strong
Move along, move along like I know you do
And even when your hope is gone
Move along, move along just to make it through ♪

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Lágrimas de Diamantes



Ela não via saída. E naquela manhã o choro e o grito foram maior do que imaginava, o travesseiro não conseguia abafar e não havia uma mão para lhe acalentar. Estava sozinha, encolhida por tamanha dor que sentia. Não conseguia se mexer, preferia ficar imóvel, doía menos, mas tinha uma vida a seguir, um sorriso a por no rosto e aparecer ao mundo barulhento. Porém, não naquela hora. Ainda eram meio dia, não queria levantar.
Naquela grama verde se sentaram e permaneceram abraçados tempo suficiente para entrarem no mundo deles, desconhecidos passavam, olhavam e não entendiam, mas eles não viam, estavam num mundo diferente que apesar da dor, era só deles. Ela não sabia mais o que fazer, o coração doía qualquer que fosse a sua decisão. Então permaneceu imóvel. Ela não tinha forças, não conseguia sair dali, onde o abraço era mais forte do que qualquer dia que já estivera com ele. Ela estava tão desesperada para a dor sumir que não pensou na decisão que tinha tomado, mas também não conseguia voltar. "E o que fazer quando tudo era só ele e dele?" ela não conseguia pensar em mais nada, pensou que seria fácil, igual a todos os outros, tomava uma decisão e não questionavam, assim poderia partir, mas ele era uma especie de karma, não a deixava ir tão facilmente, não sem antes esgotar todas as possibilidades de fazer aquilo dar certo. 
Ele bem dissera outra vez "você ainda irá me aturar por muito tempo", e ele cumpria fielmente sua palavra, como sempre fazia. Suas mãos não queriam soltar as dela, no momento de voltarem ao mundo turbulento e real parecia-lhes que nunca mais voltariam a fazer aquilo, pelo menos não nesta vida. Ela tentava induzir ele a pratica de desapego, pois quando o fim chegasse, não sentiram tanta dor. Ela não queria depender tanto desse sentimento e queria que fosse o mesmo com ele, talvez assim quando o fim chegasse, o ar poderia continuar em seus pulmões como de costume e ela poderia achar o caminho de casa sem precisar dele como mapa.  

Ela se lembrava bem de como era olhar para o mar e sentir o toque dele, olhava as conchas espalhadas na areia, recolhia algumas e brincava. Pensava em como poderia perder tudo aquilo.Então ela decidiu adiar o fim, pois ainda havia muita coisa ali, na verdade, ela não queria o fim e muito menos daquela forma. Um dia, teria fim, mas não desta forma, não agora, não hoje. Porque hoje ela só deseja sentir sua cintura ser envolvida pelas mãos firmes dele, mantendo-a segura, protegendo-a como sempre fazia e sempre perto dele. Ela pode se adaptar a nova situação, não gostaria de quebrar suas promessas de concha, não mais. Um dia tudo aquilo teria fim, ambos sabiam mas não nesta noite. 







Que você seja meu e eu seja sua. RAWR



De dia lágrimas, à noite amantes
Lágrimas de diamante ♪